Publicado às 06h52 desta terça-feira (13)
Foi enterrado nesta segunda-feira (12), no Cemitério da Várzea, no Recife, sob forte comoção, o auxiliar de serviços gerais Marcelo Costa Santos, de 51 anos. Ele faleceu após sofrer um ataque de tubarão, no último sábado (10), na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.
O engenheiro de pesca Jonas Rodrigues, pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), liderou os estudos para identificar a espécie responsável pelo ataque. “Trata-se de um tubarão-tigre, ele tinha aproximadamente 2,6 metros de comprimento, um animal adulto, de um porte grande. É uma espécie natural dessa área, que tem hábitos costeiros e oceânicos ao mesmo tempo”, explicou.
Segundo o pesquisador, a confirmação da espécie é possível devido à análise da mordida deixada pelo animal. “Nós fizemos, durante um período de quatro anos, um catálogo das características, da forma da boca, do diâmetro de mordida e das marcas deixadas pelos dentes de cada espécie em partes rígidas e partes moles, como o corpo humano. E aí a gente consegue identificar qual a espécie envolvida naquela marca de mordida”.
Caraceterísticas da espécie
Como destaca Rodrigues, o tubarão-tigre é uma espécie envolvida em outros incidentes em Pernambuco e também em outras partes do mundo. “É um predador natural; tem um índice de agressividade elevado em decorrência da sua estratégia de alimentação”, comentou.
“E esta época do ano é uma época mais crítica, quando a gente tem um índice maior de chuvas e, consequentemente, a água fica mais turva, aumentando a probabilidade de encontro do tubarão com o ser humano e a confusão por parte do tubarão de que o ser humano possa ser uma presa do hábito alimentar dele”, acrescentou.
O engenheiro de Pesca Vanildo Souza de Oliveira, professor do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE, reforça a característica predatória da espécie, ressaltando, também, que ela está em seu habitat natural: “O tubarão-tigre é uma espécie agressiva, carnívora. Eles são os que têm mais registros de ataque pelo comportamento de curiosidade e de tentar presa nova. É uma ação comportamental do homem estar na água, eles [tubarões] estão aqui há mais de 400 milhões de anos”.
Fonte: Folha de Pernambuco