Publicado às 06h25 desta terça-feira (11)
Em uma guinada protecionista inédita no setor siderúrgico, o presidente norte-americano, Donald Trump, suspendeu todos os acordos, cotas e isenções com aliados e impôs uma sobretaxa de 25% sobre o aço e alumínio de todos os países. As medidas ainda ampliam os controles aduaneiros e fecham a possibilidade de russos e chineses driblarem barreiras.
A decisão —que é ainda maior do que havia sido anunciado no domingo — afeta diretamente mais de US$ 6 bilhões em exportações brasileiras. A medida deve ser respondida pelo governo brasileiro, que avalia como retaliar os Estados Unidos, sem que isso cause prejuízo para a própria indústria nacional ou que represente uma escalada numa guerra comercial.
Questionado o que ocorreria se alguém optasse por retaliar, Trump dobrou a ameaça. “Eu não me importo”, disse. “Na verdade, esses países não podem realmente retaliar”, afirmou.
Nesta segunda-feira, o presidente americano assinou uma ordem executiva que estabelece sua política protecionista, independente da origem que o aço tenha e com taxas iguais para todos os fornecedores.
O maior afetado será o Canadá, seguido pelo Brasil, o segundo maior fornecedor de aço aos americanos. Grandes exportadores como Coreia do Sul, UE e México também serão especialmente afetados.
Hoje, um quarto do consumo de aço no mercado americano é abastecido por fornecedores estrangeiros.
A ação é mais ambiciosa que as medidas protecionistas adotadas em seu primeiro governo. Entre os atos anunciados está a orientação para que as aduanas americanas ampliem o monitoramento para evitar que países reclassifiquem o aço exportado e, assim, consigam driblar as tarifas.
As medidas também têm como objetivo evitar que Rússia e China possam exportar produtos siderúrgicos para o Canadá e México e, de lá, permitir que os produtos entrem no mercado americano. Para isso, a Casa Branca determinou padrões de qualidade para permitir a entrada dos produtos, moldando os critérios para impedir que itens russos e chineses possam ser aceitos.
Com o decreto, Trump aumenta as tarifas de alumínio de 10% para 25% e acaba com todas as isenções, exclusões e acordos de cotas que os EUA tenham com qualquer país do mundo.
Fonte: UOL